Em Icó, cidade impregnada de uma profunda religiosidade, a Semana Santa não passa despercebida. Nesses dias que antecedem a Páscoa, é comum testemunhar uma intensificação das práticas religiosas e também um fenômeno peculiar: o aumento significativo no consumo de peixe.
Em Icó, nossa equipe jornalística visitou diversos pontos de venda na cidade, incluindo o Mercado Público Municipal, para entender de perto o impacto dessa tradição no comércio local.
De acordo com relatos de vendedores locais, o aumento da procura por peixes nesta época quase triplicou em comparação com os períodos normais. Entre os peixes mais procurados, destaca-se a tilápia, com preços variando de 18 a 19 reais por quilo, demonstrando uma alta demanda por essa espécie específica.
TRADIÇÃO
A tradição de consumir peixe durante a Semana Santa está enraizada em práticas religiosas, especialmente entre os católicos. Embora não haja uma prescrição específica na Bíblia sobre o consumo de peixe durante este período, a abstinência de carne vermelha, especialmente na Sexta-feira Santa, é uma prática comum entre os fiéis.
Segundo a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), o consumo de peixe durante a Semana Santa está associado ao jejum e à abstinência, sendo uma alternativa permitida, pois é considerado um alimento mais simples e humilde. Além disso, o peixe tem um significado simbólico na tradição cristã, sendo associado aos milagres realizados por Jesus Cristo, como a multiplicação dos pães e dos peixes.
Essa tradição não só movimenta o comércio local de peixes, mas também promove um momento de reflexão e observância das práticas religiosas para muitos fiéis em Icó e em várias outras comunidades ao redor do mundo, reforçando os laços culturais e espirituais durante a Semana Santa.