A Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) divulgou um novo prognóstico climático nesta segunda-feira, 8 de abril, trazendo boas notícias para o estado do Ceará. Contrariando as previsões anteriores, que apontavam para um cenário negativo, a previsão para o período de abril a junho é predominantemente positiva, com uma probabilidade de 40% de chuvas dentro da média esperada para o período.
Com abril e maio sendo os últimos meses da quadra chuvosa, e junho geralmente recebendo precipitações pós-quadra, a perspectiva de chuvas dentro da média traz alívio para uma região que depende fortemente dessas chuvas para o abastecimento hídrico e para a agricultura.
Segundo os dados divulgados pela Funceme, tanto as chances de chuvas abaixo quanto acima da média são de 30%. Além disso, os modelos de previsão indicam uma tendência de alta variabilidade temporal e espacial das chuvas entre os meses de abril e maio.
Essa mudança nas previsões climáticas é resultado, em parte, da atuação do fenômeno El Niño no Nordeste, que geralmente aumenta a tendência de estiagem no Ceará. No entanto, as condições observadas recentemente mostraram um enfraquecimento desse evento, contrariando as expectativas anteriores.
"A análise dos campos atmosféricos e oceânicos de grande escala mostram ainda condições de El Niño no Pacífico Equatorial, com padrão de anomalias positivas, porém com menores magnitudes em relação aos meses anteriores, mas ainda assim, indicando a atuação do fenômeno", destacou a Funceme em seu comunicado.
Apesar da perspectiva de chuvas dentro da média, a distribuição das precipitações pode não ser uniforme em todas as regiões do estado. Em março, por exemplo, algumas localidades no Sertão Central e Inhamuns não receberam a quantidade esperada de chuvas.
Caso essa previsão se confirme, o Ceará completará o sétimo ano sem enfrentar uma seca severa, após um período de cinco anos com chuvas abaixo da média. Atualmente, os reservatórios de água do estado estão em níveis satisfatórios, sendo este o melhor cenário para esta época do ano desde 2012, ano que marcou o início da mais longa seca da história do estado.
Os dados preliminares da Funceme indicam que, até agora, as chuvas estão dentro ou acima da média esperada para o período. No bimestre fevereiro-março, por exemplo, as precipitações foram 41,6% acima da normal histórica.
Embora haja motivos para otimismo, a Funceme alerta que as condições climáticas podem mudar e que é importante monitorar de perto o desenvolvimento das chuvas nos próximos meses. A incerteza persiste devido ao aquecimento do oceano Atlântico, que pode influenciar o clima da região.
Com a temporada de chuvas ainda em curso, os olhos permanecem voltados para o céu, enquanto o Ceará aguarda ansiosamente por mais água para garantir seu abastecimento e sustentar sua agricultura.
