Os 157 reservatórios de água do estado do Ceará apresentam um cenário estável, mas ainda preocupante, de acordo com a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). Atualmente, esses reservatórios atingem 36,9% de sua capacidade total, somando aproximadamente 6,86 bilhões de metros cúbicos. Comparado ao mesmo período do ano anterior, quando o acumulado era de 30%, há uma melhoria significativa.
Apesar do aumento, o diretor de Operações da Cogerh, Tércio Tavares, alerta para a necessidade de cautela, principalmente nas regiões do Médio Jaguaribe e Sertão dos Inhamuns, onde os acumulados alcançam cerca de 20% da capacidade hídrica. Essa disparidade é evidenciada pelas regiões do Litoral, Acaraú, Coreaú e Serra da Ibiapaba, que mantêm reservatórios com níveis superiores a 60% da capacidade total.
Tavares destaca que essa diferença entre as regiões reflete a irregularidade do regime chuvoso no estado, uma característica marcante do clima semiárido. Importantes açudes como Pacoti, Pacajus, Riachão, Gavião e Aracoiaba, responsáveis por abastecer a Região Metropolitana de Fortaleza, mantêm-se com 52% da capacidade total de armazenamento.
Diante desse panorama, a Cogerh iniciou o processo de planejamento e operação dos reservatórios em conjunto com todos os atores envolvidos na gestão dos Recursos Hídricos do Ceará. Reuniões estão sendo realizadas para avaliar a alocação de água do ano anterior e definir as vazões de liberação dos sistemas integrados e açudes isolados para o primeiro semestre.
Após o término da quadra chuvosa, está prevista a Reunião de Alocação Negociada, na qual serão estabelecidos os parâmetros de operação para o segundo semestre, com a participação dos Comitês de Bacias Hidrográficas do Ceará. A gestão cuidadosa dos recursos hídricos se mostra essencial diante das complexidades do clima na região semiárida do estado.