A princípio, o incêndio iniciou em 28 de setembro, sendo combatido pelos bombeiros militares de Iguatu e posteriormente, 02 de outubro, a missão foi assumida pelos especialistas em combate e prevenção a incêndio florestal que iniciaram as ações de controle do incêndio.
De acordo com o capitão Sócrates Alves Honório de Souza, “o primeiro combate é baseado na confecção de linha de defesa, que é a retirada da continuidade da vegetação, impedindo a propagação das chamas. Nesse caso não existe combate com água”, informou um dos especialistas.
“Essa ação é bastante eficiente, porém existem fatores que dificultam a extinção total. O relevo varia bastante, são altitudes entre 310m e 470m, variação que dificulta o acesso por viaturas e exige o deslocamento a pé firme. O acesso ao fogo só é possível através de uma marcha de 1,5km”, completou o capitão.
Conforme o capitão Waldomiro Loreto do Nascimento, outro especialista, detalhou e aprofundou sobre a linha de defesa, “o combate atualmente está sendo feito com a técnica progressiva funcional com linha rotatória . Em resumo é uma separação de vegetação e contenção da linha de fogo e monitoramento para impedir o avanço na vegetação. O progressivo funcional é uma linha armada com sete bombeiros militares cada, onde estes abrem linhas de defesa com foices, enxadas e soprovarredor para a separação do capinado na linha, Como a caatinga possui árvores com troncos mais espessos e capinzal dificulta mais a progressão do combate“.
Outras dificuldades
Contudo, outra dificuldade é a característica climática da região. As rajadas de vento chegam a 45km/h, a temperatura a 38°C e a umidade relativa do ar em 20% (dados do app windy). Nessa condição a vegetação perde muita umidade e a velocidade de propagação das chamas é alta, fazendo com que o impacto ambiental seja maior.
Ainda assim, mesmo diante dessas dificuldades os bombeiros militares especialistas estão conseguindo êxito. A evolução dos trabalhos é feita através do monitoramento de dados de satélites, disponibilizadas pelo INPE e do EO Browser/Sentinel Hub. No portal do BD queimadas a avaliação ocorre na contagem de focos de calor detectados na área do incêndio, como pode ser constatado na imagem percebe-se que o maior registro foi do dia 30 de setembro, vindo a cair no dia 6 de outubro após intenção intervenção dos bombeiros florestais. Já no sentinel Hub avalia-se a cicatriz (marca) deixada pelo fogo na vegetação, a imagem mais atual existente é do dia 5 de outubro, registrando uma área queimada de aproximadamente 5800 hectares.
capitão Sócrates, “nessa imagem fazemos a comparação dos focos de calor detectados”
Essa imagem mostra a área queimada até o momento
Além disso, nesta sexta-feira, 6 de outubro, uma aeronave da CIOPAER (Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas) comandada pelo tenente-coronel Yury, auxiliou a equipe de florestais com o lançamento de água sobre o fogo. A integração é exitosa, pois ao passo que a água arremessada reduz a intensidade das chamas, os bombeiros executam a linha de defesa, dando maior eficiência na estratégia de combate.
Em resumo, o incêndio ainda persiste e os bombeiros militares continuarão nas ações até conseguir a total extinção do incêndio.
Também usamos bastante ferramentas tecnológicas na operação. Tanto para orientação no terreno, mapear as áreas queimadas, as principais rotas de acesso como para avaliar o cenário. Para isso usamos aplicativos e o drone.
Prevenção
Por fim, a orientação para a população é de não causar fogo, seja em limpeza de propriedades, para remoção de lixo ou renovação de pastagens, pois as chances de perca do controle do fogo que podem ocasionar o incêndio florestal aumentam devidos as condições meteorológicas.