A greve dos professores federais no Ceará permanece, mesmo após a Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes) aceitar, na tarde desta segunda-feira (27), a proposta do Governo Federal para encerrar a paralisação.
O Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará (ADUFC) comunicou que o acordo foi estabelecido sem a participação do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) e do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe).
Irenísia Oliveira, presidente da ADUFC, destacou a preocupação com a exclusão de importantes entidades do processo de negociação. "Houve um encontro, mas nem todas as entidades foram ouvidas. Ao término dessa reunião, o Governo reafirmou sua proposta sem considerar as contrapropostas construídas nas assembleias locais. Isso é muito preocupante", afirmou Oliveira.
No Ceará, professores da Universidade Federal do Ceará (UFC), da Universidade Federal do Cariri (UFCA), da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) e dos Institutos Federais do Ceará (IFCEs) recusaram a proposta apresentada nas assembleias realizadas na última quinta (23) e sexta-feira (24).
Detalhes da Proposta e Negociações
A proposta acordada entre a Proifes e o Governo Federal inclui um aumento de 9% em janeiro de 2025 e de 3,5% em maio de 2026. No entanto, os professores no Ceará e outras regiões do país consideraram essa proposta insuficiente, mantendo a paralisação.
A greve dos professores federais já se estende por 54 dias, com cinco rodadas de negociações sem acordo satisfatório. Os docentes reivindicam um reajuste de 7,06% para 2024, 9% em janeiro de 2025 e 5,16% para 2026. Desde o início da paralisação, no dia 15 de abril, o movimento envolveu 47 instituições de diferentes regiões do Brasil.
O Andes-SN, uma das principais entidades representativas, pede um reajuste total de 22,71%, dividido em três parcelas iguais de 7,06%, a serem aplicadas nos meses de maio de 2024, 2025 e 2026. A resistência à proposta do Governo Federal reflete a insatisfação dos docentes com a falta de diálogo e consideração das reivindicações locais nas negociações.
Impacto e Próximos Passos
A continuidade da greve no Ceará reflete a insatisfação generalizada entre os professores federais e a percepção de que as necessidades e demandas dos docentes não foram plenamente atendidas. As próximas semanas serão decisivas para determinar o rumo das negociações e a possível resolução do impasse.
Enquanto isso, a comunidade acadêmica e os estudantes enfrentam os desafios impostos pela paralisação, aguardando uma solução que contemple de maneira justa e eficaz as reivindicações dos professores. A ADUFC, junto com outras entidades, continua mobilizada, buscando um acordo que respeite e valorize os profissionais da educação federal no estado e no país.