A quadra chuvosa cearense, que vai de fevereiro a maio, fechou em 2024 com um volume de entrada de 9,45 bilhões de metros cúbicos de água - o melhor dos últimos 15 anos. O melhor ciclo semelhante foi registrado em 2009, com um volume de entrada de 15,13 bilhões de metros cúbicos. Mas, mesmo com volumes superiores à média, existem atualmente 20 reservatórios no Ceará com percentuais inferiores a 30%. Os números foram levantados pela Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh) e atualizados pelo Diário do Nordeste na última sexta-feira (31).
Reservatórios com Menos de 30% de Volume
Os reservatórios com menor volume estão situados nas bacias do Alto Jaguaribe e Sertões de Crateús. A situação mais crítica é registrada nos Sertões de Crateús com 23,8% de volume e no Médio Jaguaribe com 37,2%. Entre os 20 açudes mais críticos, são eles:
- Bonito (Ipu): 14,13%
- Facundo (Parambu): 11,95%
- Favelas (Tauá): 1,27%
- Poço da Pedra (Campos Sales): 9,83%
- Várzea do Boi (Tauá): 9,77%
- Cedro (Quixadá): 4,68%
- Pirabibu (Quixeramobim): 16,2%
- Trapiá II (Pedra Branca): 22,71%
- Salão (Canindé): 29,47%
- Sousa (Canindé): 5,55%
- Madeiro (Pereiro): 3,96%
- Amarelas (Beberibe): 10,72%
- Cocó (Fortaleza): 29,9%
- Pompeu Sobrinho (Choró): 10,72%
- Jenipapeiro (Baixio): 20,54%
- Quixabinha (Mauriti): 21,5%
- Bar. Melhorias na Situação
No entanto, apesar de todos os problemas mencionados acima, a situação geral dos reservatórios melhorou acentuadamente. Em meados de fevereiro, houve 49 reservatórios abaixo de 30% da capacidade, mais do dobro disso agora. Em comparação com o mesmo período do ano passado, quando 32 dos 155 reservatórios estavam operando com menos de 30% de sua capacidade, a situação este ano é muito melhor e testemunha a recuperação trazida pelas chuvas de 754,4 milímetros, superiores à média histórica de 609,2 mm.
Entradas e perspectivas
O gerente de operações da Cogerh, Tércio Tavares, enfatizou a contribuição das entradas de janeiro a abril de 2024, que foram decisivas para aumentar o nível dos reservatórios. "Na Ceará, Estado do Nordeste brasileiro, as boas chuvas que continuam caindo, já no início deste ano de 2024, têm feito o Ceará bater, a cada dia, novos recordes", disse o governador. No momento, os açudes cearenses estão com 56,9% de capacidade. Destes, 50 estão sangrando e outros 32 com mais de 90% de sua capacidade.
O Açude Castanhão, o maior do estado, atingiu 36,3. Ele ressalta a necessidade do uso consciente da água, apesar das boas leituras nos índices de armazenamento. "Mesmo com o aporte e a garantia da qualidade e quantidade de água pelos dois anos mais imediatos da história, nunca é demais falarmos em uso racional. Precisamos preservar este bem finuto não só para os nossos dias, mas, acima de tudo, para as gerações futuras", concluiu.